Comemorado no terceiro sábado de setembro, o dia mundial do doador de medula óssea foi criado pela World Marrow Donor Association (WMDA), uma associação global de registros de células-tronco do sangue, medula e/ou sangue do cordão umbilical e organizações que representam mais de 40 milhões de doadores de células-tronco do sangue de 55 países diferentes.
Segundo o Ministério da Saúde, o transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.
O Conselho Regional de Biomedicina da 4ª Região, convidou a Dra. Patrícia Jeanne de Souza Mendonça Mattos, Biomédica e Gerente do Laboratório de Imunogenética da Fundação Hemopa, para falar sobre mitos e verdades sobre a doação de medula óssea; entenda:
• A doação só pode ser feita uma única vez?
Mito: A doação de medula óssea pode ser feita mais de uma vez, pois a medula tem a capacidade de se regenerar. No entanto, a frequência das doações depende das condições de saúde do doador.
• O doador não pode voltar às atividades diárias rapidamente?
Mito: A maioria dos doadores retorna às suas atividades diárias em poucos dias. Na coleta por aférese (retirada de células-tronco do sangue periférico), a recuperação geralmente ocorre em 1 a 2 dias. No método tradicional de aspiração medular, a recuperação completa leva de 1 a 2 semanas, permitindo o retorno gradual às atividades diárias.
• A medula óssea é retirada do interior da coluna vertebral?
Mito: A medula óssea não é retirada da coluna vertebral, mas sim do osso ilíaco (pelve) ou, em alguns casos, do esterno.
• Formas seguras de doação?
Existem duas formas principais e seguras de doação de medula óssea: aférese de células-tronco do sangue periférico e aspiração medular. Na aférese, o doador recebe um medicamento que estimula a produção de células-tronco, que são coletadas de forma minimamente invasiva. Na aspiração medular, a medula é retirada da pelve ou esterno com agulhas, sob anestesia geral ou peridural. Embora mais invasivo, esse método é seguro e a medula se regenera completamente em poucas semanas.
Patrícia reforça ainda que para ser doador, basta comparecer a uma unidade do Hemopa com um documento oficial com foto, para se cadastrar, o doador precisa ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde, não ter doenças impeditivas para o cadastro e doação de medula, e realizar a coleta de 5 ml de sangue para a tipagem de HLA.
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